Operação mira golpe em oferta de vacina contra a Covid
A Montserrat Consultoria, com sede no Recife (PE), dizia ter um lote de meio bilhão de doses do imunizante, a US$ 7,90 (R$ 44) cada uma. Pelo menos 20 prefeituras podem ter sido lesadas.
Publicado
3 anos atrás
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Cambará Notícias
Fotos: PRF/Divulgação e Pedro Alves/G1
Uma empresa que ofereceu doses da vacina de Oxford/AstraZeneca a pelo menos 20 prefeituras de todo o Brasil foi alvo de uma operação nesta quinta-feira (22). A Polícia Civil do RJ afirma se tratar de um golpe.
Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Pernambuco, expedidos pelo juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Criminal Especializada do RJ, na Operação Sine Die — sem data, em latim.
Segundo a Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do RJ, a Montserrat Consultoria, com sede no Recife (PE), dizia ter um lote de meio bilhão de doses do imunizante, a US$ 7,90 (R$ 44) cada uma — mas que jamais seriam entregues.
A delegacia ainda não sabe se algum município chegou a pagar à organização. A operação policial precisou ser antecipada para evitar que alguma negociação fosse concluída e que provas fossem destruídas.
A capital de Rondônia, Porto Velho, começou a negociar a aquisição de 400 mil doses e investiu R$ 20 milhões para a compra, mas o valor está bloqueado (leia mais abaixo).
Consulado alertou para fraude
“Nas reuniões com os prefeitos, eles se passavam por representantes da Ecosafe Solutions, [que ficaria] na Pensilvânia (EUA). Eles alegavam que essa empresa americana recebeu 500 milhões de doses por ter financiado os estudos da vacina”, explicou o delegado Thales Nogueira.
Na decisão que expediu os mandados, Ruliere destacou que a Oxford/Astrazeneca não realizou qualquer transação de venda de imunizantes para o mercado privado e entes municipais ou estaduais.
“Foi apurado que a pessoa jurídica citada [Ecosafe] não tem como finalidade social de venda de vacinas e, segundo informações do Consulado Americano, tem sido utilizada para diversas fraudes”, escreveu o magistrado.
De acordo com nota do laboratório AstraZeneca, todas as doses em produção estão destinadas a consórcios internacionais, como o Covax Facility, e contratos com países. Não há doses remanescentes para serem comercializadas.
Segundo a polícia, nos contratos apresentados pela Montserrat, as cidades deveriam realizar o pagamento antecipadamente via “swift” — um tipo de remessa internacional — ou carta de crédito irrevogável no momento da suposta postagem das doses em Londres.
Essas operações facilitam a remessa de dinheiro para o exterior e dificultam a repatriação dos valores.
Os agentes verificaram que a Ecosafe, além de ser recém-criada, utilizava como endereço um escritório de coworking — de espaços compartilhados — e ocultava os dados de registro de seu site.
A ação foi realizada com apoio da Polícia Civil de Pernambuco e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O setor de Inteligência da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) auxiliou nas investigações.
Porto Velho chegou a separar R$ 20 milhões
Entre os municípios que receberam a oferta estão Duque de Caxias e Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, e Porto Velho, em Rondônia. Somando apenas esses contratos, o golpe renderia quase R$ 70 milhões aos suspeitos.
Caxias chegou a assinar um contrato de intenção para compra de um milhão de vacinas no valor de R$ 45 milhões.
Porto Velho começou a negociar há mais de um mês a aquisição de 400 mil doses. O acordo passa por uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia. Ao todo, R$ 20 milhões foram investidos para a compra das vacinas. O dinheiro está bloqueado e só seria liberado com a remessa embarcada.
Procurada pelo G1, a Prefeitura de Porto Velho ainda não se manifestou.
Em março, o prefeito de Goioerê, no Paraná, representando o Consórcio Intermunicipal de Saúde de Campo Mourão, se reuniu com representantes da Ecosafe e decidiu pela carta de intenção de aquisição dos imunizantes, destinando quase R$ 2 milhões.
Reunião no RJ foi gravada
O inquérito foi instaurado logo após oferta a políticos de Barra do Piraí, que desconfiaram da empresa e das formas de negociação. Eles acionaram agentes da Polícia Rodoviária Federal, que fizeram contato com os investigadores da Delegacia de Combate à Corrupção.
Uma reunião de oferta de doses foi gravada, com autorização da Justiça.
“Os sócios ofereceram as doses para a Prefeitura de Barra do Piraí e utilizaram como exemplo o Município de Porto Velho, em que já houve o pagamento e atraso na entrega das doses prometidas”, disse o delegado.
A Polícia Rodoviária Federal apreendeu quase 140 quilos de drogas em um carro que trafegava pela Rodovia Transbrasiliana (BR-153), em Ourinhos (SP), nesta sexta-feira (29).
O motorista iniciou fuga após a ordem de parada dos policiais. Durante parte desse percurso, o fugitivo dirigiu pela contramão na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), sendo acompanhado pela viatura da PRF no sentido correto. A perseguição ao veículo seguiu por cerca de 5 quilômetros.
Em determinado ponto, o motorista perdeu o controle do carro e bateu na defensa metálica. Ele conseguiu sair do veículo e fugiu a pé para a área urbana da Vila Brasil. Ele não foi encontrado e ninguém que trafegava na rodovia ficou ferido.
No interior do veículo, os policiais encontraram diversos pacotes de maconha. Na contagem final verificou-se que havia 115 tabletes de maconha, pesando 116,4 quilos, e 34 pacotes de skunk, também conhecida como “supermaconha”, pesando 23,4 quilos.
A ocorrência foi apresentada na Delegacia de Polícia de Investigações sobre Entorpecentes(DISE) em Ourinhos (SP), onde foram apreendidos a droga e o carro utilizado no crime.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu nesta quarta-feira (5) quatro policiais militares suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Os soldados integravam a Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) do 30º Batalhão, sediado na zona norte de Londrina.
Segundo o Gaeco, os PMs foram presos por ordem da Vara de Auditoria da Justiça Militar do Paraná. Eles foram encontrados nas próprias casas em três bairros de Londrina e um em Ibiporã. Além dos mandados de prisão, outros seis de busca e apreensão foram cumpridos em parceria com a Corregedoria da corporação.
A defesa de três policiais informou que não vai se manifestar por enquanto. O advogado do quarto PM classificou a prisão dele como “arbitrária e extremamente excessiva com as investigações”.
Um dos agentes alvos da operação tinha sido preso em janeiro. Ele foi flagrado no momento em que recebia uma arma de fogo e dinheiro do tráfico de outro rapaz, que também foi detido.
Segundo a acusação do Ministério Público, por ter acesso a vários pontos de tráfico, o rapaz informava ao policial “locais onde haveria estoque de drogas”. Ao receber esses detalhes, o agente “subtraía os entorpecentes dos traficantes” e entrega ao jovem, “encarregado de comercializá-los e entregar para o PM o produto da traficância”.
O policial ficou preso em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), mas foi solto em março por decisão do ministro Jesuíno Rissato, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde então, conforme a PM, ele estava afastado do 30º Batalhão.
De acordo com o coordenador do Gaeco, promotor Jorge Barreto, os outros três PMs detidos nesta quarta atuavam da mesma forma que o PM preso no começo do ano.
Além do tráfico de drogas, os agentes são investigados por associação para o tráfico e peculato, que, conforme o Código Penal, é a subtração ou desvio de algo por funcionário público.
Os PMs passaram por exames no Instituto Médico-Legal (IML) e serão levados para uma unidade prisional da corporação na região de Curitiba.
De acordo com o major Ricardo Eguedis, do 30º Batalhão, os policiais também são investigados em processos administrativos disciplinares, que podem definir pela exclusão deles da PM.
Avião com drogas interceptado pela FAB, pousa em canavial e é incendiado por piloto durante fuga
Suspeito de 21 anos foi preso em flagrante retirando as drogas da aeronave e colocando em um veículo. Caso ocorreu em Tuneiras do Oeste, no noroeste, na terça-feira (4).
Um avião de pequeno porte transportando drogas foi interceptado pela Força Aérea Brasileira (FAB) após ser flagrado sem autorização sobrevoando a região de Tuneiras do Oeste, no noroeste do Paraná.
Após o pouso forçado ao lado de um canavial, na área rural, o piloto ateou fogo na aeronave. O caso ocorreu na terça-feira (4), segundo o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFRON).
Equipes da FAB e da Polícia Federal foram informadas de que a aeronave modelo PA-28 estava sobrevoando a região ilegalmente e sem o plano de voo.
Ao chegar no local, a polícia flagrou um jovem, de 21 anos, transbordando cerca de 10 quilos de tabletes de cocaína para um carro. Ele foi preso em flagrante.
A polícia não informou de onde a droga estava vindo e para qual local que seria entregue.
Operação na fronteira
A atuação das forças de seguranças fazem parte da Operação Ágata Conjunta Sul, que combate crimes na fronteira do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. A ação iniciou no começo de julho, no Paraná, Santa Cataria e Rio Grande do Sul.